No alto o arvoredo
O castelo,
O palácio,
As fragas e o recorte a contraluz
Do sol que se deita a nossa frente
Lá onde a serra se deixa escorregar
Descendo para a enseada que oculta.
Começa a haver uma brisa
Ligeira com o anoitecer
Um afago de ternura e amor
Carícias e perfumes que se espalham
Com o leve cheiro a maresia
Porque o mar está próximo
(ali mesmo ao fundo, do outro lado)
E os lobos uivam saudando gaivotas
Que fogem desarvoradas
De regresso ao areal.
Aqui é o reino dos carvalhos, dos azinhos,
Das árvores de que não sei o nome
Mas se beijam em copas e se abraçam.
Vistas ao longe são um matagal,
Uma floresta e um tapete de verde escuro
A enfeitar a serra, a tapar todo o chão.
Uma luz, serpenteia pelo emaranhado da serra
Os homens gostam de se fazer acompanhar por luzes
Quando a noite os disfarça, confunde e esconde.
Não é viatura, que ali não há estrada e as casas
Ficaram mais abaixo, muito lá em baixo.
Aqui só a lua poisa, quando visita os cumes
Que erupção antiga atirou para cima
E onde, nasceram florestas e vida selvagem,
Livre, Indómita e silenciosa.
A Serra fechar-se depois do contraluz do dia
E abre-se na emergência da manhã,
Sempre com o encantamento
De duendes, fadas e gnomos
Que a habitam.
De longe, eu fico a ver!
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