Ninguém pode ter ficado indiferente com a reportagem sobre a "violência e indisciplina" existente em algumas escolas, ontem exibida na RTP.
Atrevo-me a produzir apenas três pequenas notas:
- Enquanto os professores não se assumirem como educadores, o lugar da escola será apenas um local de passagem efémero e inconsequente para os alunos com problemas sociais ( com origem na família , no meio de onde são originários ou pela perspectiva de futuro que não possuem )
-Enquanto os professores não colocarem a "saúde cultural" dos seus alunos e os resultados acima das suas carreiras e dos seus interesses particulares, o ensino será apenas uma profissão como outra qualquer, com qualidades e muitos defeitos, sem objectivo nem resultados atribuídos aos professores - quem quiser aprender, aprende, quem não quiser que se lixe.
-Enquanto o Estado olhar para estes problemas e afirmar "não é bem assim, isto são casos de excepção" e os professores se acharem "coitadinhos e vitimas de uma profissão de risco" tudo tenderá a gravar-se, a deteriorar-se e a piorar. Afinal é nestas escolas que se começa a aprender a ser "delinquente"! Vai-se experimentando, a coisa funciona e depois é só continuar.
Ainda a propósito da visita Presidencial, por terras alentejanas, no programa de "inclusão social" pergunto:
-Porquê aquelas vilas, cidades e aldeias e não outras?
- Moura, Serpa, Barrancos, Amareleja , Campo Maior ......ficaram fora da rota presidencial, porquê?
-Depois da passagem do senhor Presidente por Mértola, Alcoutim, Reguengos, Vila Velha de Rodão e Portalegre ( e da sua natural "feira de vaidades") que lastro fica?
A actuação do Presidente da República, nestes dois dias, teve o mérito de chamar a atenção para factos significativos da nossa mudança (necessária) de atenção aos problemas sociais, políticos e económicos, no País que somos.
Construir mais um chafariz, uma rotunda, um polidesportivo, uma galeria de arte, uma piscina, ou um matadouro tem de deixar de "dar" votos. Até porque, em grande maioria dos casos esses equipamentos estão subaproveitados ou ao abandono ou são de eficácia e utilidade duvidosa.
O importante, têm de ser as pessoas: os jovens e os idosos e as condições de vida dos adultos activos.
Acesso à internet para todos de forma gratuita, com a respectiva formação. Centros de acolhimento para crianças (tipo ATL) com o respectivo transporte. Formação desportiva estimulada e gratuita. Promoção das actividades culturais com verdadeiro interesse pelas escolhas das pessoas e sua participação. Escolas com condições e interesse pelo aproveitamento escolar. Organização de actividades para os idosos em complemento e ajuda aos serviços já disponibilizados - criação de patrulhas para a floresta, guarda-rios, "sinaleiros" em passagens de peões, jardineiros, etc como trabalho voluntário, com uma pequena remuneração - bem como entretimentos adequados e possibilidades de deslocações a outras zonas, tipo pequenos circuitos turísticos . Melhoria das condições de prevenção e tratamento da saúde.... e muito mais que se poderia criar com um pouco de boa-vontade e custos controlados.
Viver no interior, poderia começar a ser estimulante e mais gratificante e eventualmente a suscitar uma apetência que hoje não existe.
Colocar os autarcas, todos eles, como dinamizadores e próximos das pessoas, em vez de "iluminados" ou "pessoas importantes".
Muito há a fazer e a criar.
Onde estava Deus, quando em Auschwitz-Birkenau se matavam pessoas? Pergunta o papa Bento XVI!
Não seria mais correcto perguntar: Onde estava a Igreja com os seus padres,bispos,cardeais, missionários e acólitos? É que atribuir a Deus aquilo que compete aos homens é desresponsabilizar e branquear uma vergonha (mais uma) imensa da Igreja e dos homens que a constituem.
Num fim de semana de calor, dois mortos, na Barragem do Torrão, porque o barco se virou com a ondulação causada por motos de água, com testemunhas na margem e dentro de água.
Como explicar isto?
Que "monstro" podem abanar um barco com crianças e depois fugir sem lhes prestar auxilio? Que pessoas podem assistir sem intervirem? Que responsabilidade têm as autoridades loacais (Cãmaras, bombeiros,protecção civil) que "apenas" se lamentam quando as tragédias acontecem?
Que politica de rios,lagoas, barragens, albufeiras temos ( ou não temos) que permite que o nosso território seja um local que se pode morrer por causa de "uma brincadeira"?
Há uma pergunta - hoje no Sapo - que diz: Está a ser eficaz o combate à pobreza em Portugal?
A resposta é: -Qual combate?
O Presidente da República inicia hoje um "roteiro" pelo interior do País para dar visibilidade à pobreza e à exclusão social e económica.
Para além dos artigos assinados pelos directores dos jornais - convocados a Belém para ficarem motivados - e das aberturas dos telejornais, vamos ter alguma coisa de interessante? Quando digo "interessante" quero significar eficaz, de mudança, de evolução. Andar a bater palmas ao senhor Presidente e os autarcas e "forças vivas" a passearem a sua vaidade será concerteza , mas e os que não têm trabalho, dinheiro, formação e possibilidades?
Os alunos não aprendem porque:
1-Os professores não estão lá para ensinar mas para dar a matéria.
Exemplo: Numa escola o professor manda fazer "trabalhos para casa" como é normal. O aluno ou não os faz, ou escreve qualquer coisa no caderno para dar a impressão de que os fez. O professor "corrige" os tpc no quadro, não se preocupando em ver os cadernos - mesmo que aleatoriamente - os alunos desinteressam-se. O professor acha que o "trabalho" está feito: quem quiz aprender aprendeu, quem não quis , não aprendeu.
E assim, se começa a criar uma noção de vazio, de exclusão e de ausência de "bases".
Os pais dos alunos avaliarem os professores? - Com certeza !
Parece que este fim de semana vai estar "bem" quente. Por isso, deixo-vos um conselho: protejam-se do sol. Depois de bronzear, vão para a sombra. Tratem do corpo. Ficam muito melhor na fotografia.
respeitem os peões.
Respeitem os veiculos. Atravesse na faixa, na zebra ou na passadeira.
ora aí está uma campanha de que eu gosto. NÓS, POR CÁ, SOMOS SÉRIOS DEMAIS PARA ESTES ATREVIMENTOS.
Parece que veio cá um senhor que é um guru " da gestão - lá na sua empresa - que afirmou que Portugal precisa de um grande choque.
Jack Welch diz que Portugal precisa de um «grande abalo», alertando para a necessidade de «liderança no país e um choque muito forte, que permita criar um ambiente positivo, por forma a ser um verdadeiro motor de crescimento económico».
«Se compararmos o crescimento com o dos países da Europa do Leste, com a Irlanda ou Espanha , eu ficaria embaraçado com o desempenho económico português», afirmou.
Pois é, diagnósticos temos todos os dias, a receita está prescrita há muitos anos, mas parece que a farmácia não quer aviar. Então, onde está o problema? Lembram-se dos clusters "? Parece que ficou tudo em clisteres.
o que eu acho é que existe muita gente a ganhar dinheiro para dizer o óbvio enquanto os outros encolhem os ombros (concordando) e fazendo com que tudo continue na mesma.
Um País e um povo, faz-se com trabalho e não com mezinhas.
Excelente a iniciativa do Governo em "liberalizar" os donos das farmácias. (este blog está-se a transformar num apoiante do Eng. .Sócrates ? será?). Realmente porque é que o dono tem de ser um farmacêutico ? Não faz sentido.
Porque é que se fica com a sensação - ouvindo os debates da Assembleia da Republica - de que o líder da oposição mete as mãos pelos pés e sai sempre a perder? Será uma questão de melhor retórica do Eng. . Sócrates, ou uma inabilidade do dr.Marques Mendes?
Bem com esta segunda derrota, os factos do jogo e as declarações do treinador...estamos conversados. É tudo demasiado mau para se tentar perceber melhor. Lá virá o nacional derrotismo à tona, com a tese do azar. Não será antes falta de trabalho e de competência?
Os jogadores não mereciam!
Abriram as Feiras do Livro no Porto e em Lisboa, certame tradicional desta época do ano.
Ao contrário de outras feiras "lá fora", estas nossas feiras têm por missão promover o livro, divulgando-o, fazendo descontos e vendendo stocks a preços baixos. São convidados escritores para falarem da sua obra ou sobre literatura, autores e todo o universo que gira à volta do livro impresso.
Na Feira de Lisboa existe este ano uma redução do número de expositores, a revelar que o negócio, também ele, atravessa uma crise de facturação. Mas mais do que esta "crise" de vendas o sector do livro atravessa uma "conspiração" - então está na moda, não? - de envolvidos.
- Por causa das diversas feiras locais, que muitas Câmaras Municipais promovem. O público dispersa-se.
-Por causa dos descontos que as livrarias promovem nesta altura do ano, depois de terem feito descontos no inicio das aulas, no natal e na primavera.
-Por causa dos preços nos supermercados , manifestamente mais atractivos que o mesmo livro numa livraria perto de si.
- Por causa de as livrarias terem deixado de ser "espaços de culto". Uma livraria hoje é (em alguns casos) um open space " com livros em cima de bancadas mais ou menos improvisadas. Os livros são os best sellers "que se querem vender. Procurar um livro especifico é uma tarefa difícil , que passa normalmente pela encomenda - desde que se saiba o titulo, o nome do autor e a editora
O Barbeque:
Após este longos meses de chuva e frio, podemos finalmente convidar uns amigos e fazer um Barbecue:
Quando um homem aceita fazer o Barbecue a seguinte cadeia de acções põe-se em marcha:
1) A mulher compra os alimentos
2) A mulher faz as saladas, prepara as batatas fritas, o arroz e a sobremesa.
3) A mulher prepara a carne para ser cozinhada, tempera-a, coloca-a numa travessa e leva-a ao homem que já está á espera ao pé do grelhador de cerveja fresca na mão.
Aqui vem a parte realmente importante da questão:
4) O homem coloca a carne na grelha
5) A mulher vai para dentro e põe a mesa
6) A mulher apercebe-se que o homem está com os outros homens a contar anedotas e vem cá fora a correr a avisar que a carne se está a queimar
7) O homem aproveita e pede-lhe mais uma cervejinha fresquinha
8) A mulher vem cá fora trazer a cerveja e uma travessa e é então que vem a segunda parte importante do processo,
9) O homem tira a carne da grelha e entrega-a á mulher
10) Depois de comerem, a mulher tira a mesa, lava a louça, arruma a cozinha e lava a grelha
11) Toda gente dá os parabéns ao homem pela fantástica refeição que ele preparou
12) O homem pergunta á mulher se lhe soube bem o tempo de folga de que usufruiu, e perante o ar chateado dela conclui que há mulheres que nunca estão satisfeitas com nada...
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