E no dia que desaparece,
fico entre paredes,
no meio das casas
espreitando, chaminés e mastros
como
bandeiras drapejando em castelos
como
se a febre da loucura da conquista
fosse
coisa antiga
encolho os ombros, indiferente.
Sei que o não deveria ser, mas...
Não consigo olhar o mundo
de outra maneira
Sou-lhe indiferente, tal como ele, o mundo,
me é indiferente
a mim.
Estas são as flores
Que o inverno destruiu.
Flores que o frio matou.
estas são as flores
Que em contradição
Existem em mim.
E nessa indiferença lanço gritos de dor
sacudo a angustia e o pesadelo regressa
(transformo-me em monstro, em mastim)
quero ser parte do universo e da noite
depois do dia, da trovoada, do calor do sol,
da água, da chuva e do vento rajada
punhado de areia e turbilhão que seja
um novo amanhecer, uma nova idade
(animal, bicho, predador, peixe...
tudo menos homem, que já me esqueci
do que fui e por onde andei ...)
devem ser desgostos da idade, dizes
para me consolar. Eu não sei explicar!
Indiferente na raiva, no amor, na saudade.
Indiferente, até que a memória se apague.
Aí, serei igual! Ou talvez outro!
Nunca somos o mesmo do que fomos
porque o tempo e o mundo nos mastiga,
consome, transforme e berra renascendo
Quero ser pai, quero ser mãe!
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