Nuvens pretas
Ao fundo da minha rua
Vão passando no restolho
De uma tarde
Que ainda tem luz.
Tudo o resto são luzes da cidade
E os passeios e os jardins
Onde as crianças ainda brincam
Depois da saída das escolas
Enchem-se de cores, sons, flautas
Risos e choros
Que a vida tem tudo embrulhado.
As nuvens pretas
Lá vão fazendo caminho
Para o cume de um bairro
De casas azuis
Semeadas como uma réplica
De uma colmeia inigmatica
Íntima, entrelaçada entre muitos telhados
abrigada do negro
Com janelas viradas para nascente
Que logo, mais tarde, há-de chegar.
Agora,
O sol já se pôs,
E tudo ficou igual.
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