Zás.
O cano da água rebentou.
Vai um ribeiro pela rua
Levanta - se a calçada
Molha os pés quem ali passa.
Truz.
Desabou! Abriu buraco
Ficou colina e cratera
Vísceras à mostra
Já existem reformados em redor
A comentar, a apreciar.
Zlop!
Escorregou e caiu
Todo o cuidado é pouco
Passa o carro a acelerar
E a água espirra.
Lama, pedras bolinhos quentes
Acabados de fazer
Na pastelaria em frente.
Taruz!
Acabou-se o espetaculo
Chegaram os serviços para a reparação
Foram alertados por satelite
Um enorme buraco no chão
Um mar de escolhos, peixes mortos
Plásticos, lixo a entupir a canalização.
Só de preservativos foi uma camioneta carregada
Comenta-se.
Garrafões, armários, até uma perna decepada.
A normalidade foi reposta
Um mês inteiro de trabalho e a ferida curada
A água corre encanada, subterrânea, sossegada.
A superfície floresce um negócio de leitão assado.
É para comer já? Ou leva embrulhado?
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