Tudo o que existe tem uma linguagem.
Somos analfabetos no diálogo
E recusamos compreender o que é óbvio.
Uma pedra contou-me histórias de há muito tempo
Uma árvore recitou-me poemas esquecidos
E cantigas de meninos debaixo dos seus braços.
Uma raposa, olhou-me nos olhos, e falou-me de chuvas,
Incêndios, enxurradas e de muitos seres, como ela,
Que vivem longe dos humanos, espantadas mas livres
Sem medos ou maldades, crises ou dúvidas.
Percebi que os diversos seres que nos envolvem
Sabem quem amar e vivem com os que os estimam
Como amigos, vizinhos ou cúmplices.
É ilusória a sua indiferença.
Aprendi que faço parte de um conjunto
E que a minha energia nasce e se transmite através de todos
Como um rio, que é nascente e mar.
Que morrendo se junta e se reergue em letras, em silabas
Em linguagem e vontade de crescer juntos
Numa eterna e misteriosa ebulição de silêncios
Que se escrevem para além das palavras.
Passados e longínquos futuros,
neste presente.
Há fogo no papel
Incêndio na floresta
Fumo negro
Cheiro ácido
Cisco e acendalhas
Revolteando no ar
Hoje, ardem florestas
E livros e autores
Numa incineração
Pandémica
(que outra coisa não sabemos fazer)
Desaparecem passados
Meses, anos, séculos
De vida tornadas cinzas
Morrem pássaros, animais,
Insetos e memórias.
Fogo, labareda neutra
Símbolo de todos os pecados
Purga e castigo inquisitorial
Derradeiro inferno
Com que se acena aos crentes
Devastação que reinicia
O mundo e a erupção da vida
Há fogo no papel e na palha seca
Deste Verão, sem Estio, mas de sufoco.
Nesta carne que se esfuma em nada
Nesta energia que se consome e desaparece
Apagando-se sempre, depois de arder.
É uma questão de tempo.
De sorte, às vezes, de destino eternamente.
A laranjeira dá laranjas,
A tangerineira, tangerinas,
O limoeiro, limões,
Tudo normal, por enquanto.
Corto alguma rama, folhas,
Pernadas, hastes,
E sinto o perfume que anda no ar
Entre flores, frutos, e copas frondosas
Perco-me no meio do pomar.
Ainda não é tempo,
Mas logo tudo estará amarelo e rosado
Pronto para se colher e comer.
Fresco, doce, perfumado
São os citrinos
Com que converso logo pela manhã.
-vamos coragem! Sol, luz, água,
Terra boa esta, onde tudo cresce.
Eles devolvem-me a gentileza
Abanando os ramos, crescendo em direcção
Ao infinito, para cima, sempre mais para cima
Até que, ficando junto ao tronco e às raízes,
Me sinto impotente para os abraçar
Ou mesmo acompanhar com olhar.
Os frutos voam.
Quando ficam maduros, não caem no chão
Como outros frutos, quaisquer.
As laranjas, as Clementina, os limões
Voam das alturas pelo espaço deitando sementes
Sumo, cascas, gomos, bençãos e protecção
A todos os que cá estão,
E aos viajantes que ousam olhar para cima.
Árvores, pássaros, animais e deuses
São uma tela onde a resina das cerejeiras
(a seiva dos pinheiros ou o sangue das ameixas)
Mostra a sua arte, indizível e perpétua.
De êxtase da natureza.
Tudo normal, por enquanto.
Sinto que estou algaliado.
Não pelos chineses
Ou pelos disparates que se vão escrevendo
Nas redes sociais
Mas por mim.
Não me afasto do curral mais do que cem metros
Nunca ultrapasso a cerca e o delimitado no chão
(ambos apenas existem só na minha cabeça)
E quando quero fugir esmaga-se-me o coração.
Sou prisioneiro de mim.
Vivo condicionado com freios nos tornozelos
E se me arrependo torno-me sal em monticulo
Qual pirâmide do Egipto antigo
A ver passar os judeus em busca da terra santa
A prometida!
Arranho as paredes desta cela e bebo a cal
Que me mata aos poucos, antes de me calar
Em definitivo.
Tenho as unhas cheias do sabugo do mar
E os olhos de tão cansados, são borboletas
Que não sabem voar.
O meu corpo deixou de existir. Sou apenas o vento
E o luar.
Até sempre, companheira.
O carro (grande, alto, verde) chega pela meia-noite.
Vem recolher o lixo.
Encosta-se ao contentor e alça das suas tenazes
Levantando a cabeça e a báscula para sugar os despejos
Que foram sendo acumulados durante o dia.
A operação, de eclusa, é rápida.
O enorme estômago do monstro degluta tudo num ápice.
E depois vai à sua vida.
Desloca-se para outro abastecimento
Rodando sempre pela cidade até de madrugada.
Pequenos homens verdes deslocam-se com ele.
São pontos-luz, pirilampos, acendalhas fumegantes.
Há um ruído de esmagamento, uma mastigação.
Dizem que se movem por contágio, que aspira ablações
Que regenera mutilados e óleos não essenciais.
Bebendo escorrências.
O lixo, todo o lixo, lá vai. O lixo e os liliputes que se movem nele
Como os electrões em torno do átomo ou coisas assim.
O lixo, é agora vómito que desaparece das ruas.
Fica um cheiro no ar
Uma náusea que se esquece, uma nódoa que mancha
A noite, a estrada e a vida do planeta encharcado em despejos
E arremessos de construção bolsados, em sujidade
Em dejetos, plásticos, embalagens, químicos,
Cascalhos, vidros, madeiras, restos de comida...
Restos e mais restos de um todo que já é resto de si mesmo.
Uma descontinuidade. Um sujo. Uma estrumeira.
Um buraco para onde se injecta diarreia de desprezo
Inflamação de recusa em restaurar e reinventar
Um desperdicio em cima de desperdício.
Em objectos que passaram de moda, e morreram de uso.
O lixo é o nosso cemitério coletivo de esgoto
Vivemos como as minhocas a produzir cefaleias
Depois não reclamem que a vida está moribunda
E a terra acabou.
O impensável, aconteceu: afogam-nos no residual.
Também nós somos o que resta.
Réstia é um molho de cebolas.
Nada de fragmentos de sol ou de luz
Nada do que fica depois de ter sido
Nada do que pode restar para lembrança.
Réstia de trabalho duro
Emaranhado de ramagem verde
Posta ao sol a secar
Para amadurecer e durar.
É se vos fizer chorar os olhos,
Resta-vos com água enxaguar.
Senhora cebola amiga
Os meus cumprimentos
Até qualquer dia.
Enxota a poesia
Como se dá miolo do croissant aos pombos
Enquanto estes - disputando território aos pardais -
Buscam bicar tudo o que sabe a açúcar, farinha
E ovos.
Pelo entretanto ficam os assentos repletos
De espargidas cagadelas, caganitas e outras defecações.
Nao me venham dizer que são "giros" os pássaros
Espinhos, espetos e aguçadas lanças acabem com eles
Enxotando-os.
Obrigado-os a alimentarem-se da natureza.
Para longe pombos cruéis. As crianças vão apanhar as vossas penas.
Fujam enquanto podem!
Pardais ao ninho!
Toca a recolher enchendo a árvore de pius e xilreios.
A poesia saiu à rua, mas arrependeu-se
Anda constipada, coitada, diarreia de passarada.
Um dia destes havemos de subir o Tejo de barco
Um dia destes havemos de voar
E voar e voar e voar... E então, perceberemos...
..... Ou não!
Enxota a poesia
Como se dá miolo do croissant aos pombos
Enquanto estes - disputando território aos pardais -
Buscam bicar tudo o que sabe a açúcar, farinha
E ovos.
Pelo entretanto ficam os assentos repletos
De espargidas cagadelas, caganitas e outras defecações.
Nao me venham dizer que são "giros" os pássaros
Espinhos, espetos e aguçadas lanças acabem com eles
Enxotando-os.
Obrigado-os a alimentarem-se da natureza.
Para longe pombos cruéis. As crianças vão apanhar as vossas penas. Fujam enquanto podem!
Pardais ao ninho!
Toca a recolher enchendo a árvore de pius e xilreios.
A poesia saiu à rua, mas arrependeu-se
Anda constipada, coitada, diarreia de passarada.
Um dia destes havemos de subir o Tejo de barco
Um dia destes havemos de voar
E voar e voar e voar... E então, perceberemos...
..... Ou não!
Calço luvas
Para apanhar as uvas
Não quero estragar as unhas
A pele da cor da cereja madura
Do sol e da praia.
Calço luvas para sacudir o virus
E encurra-lá-lo no preservativo
(pegajoso de látex)
Enquanto mexo na fruta
E apalpo os queijos
No supermercado.
Calço luvas para a estreia
O concerto o jogo e até para passear
Não vá o frio congelar
As minhas mãos de anjo de dedos delgados
Com penugem de marmelo.
As luvas, nos pés, são meias.
Na cabeça chapéu, barrete ou carapuço.
De luvas poso nu junto a um cavalo
Segurando os arreios.
Tiro as luvas para dormir.
Que glicémia!
Onde é que isto vai parar!?!
A economia
Vive de luvas
E empernancos por debaixo da mesa.
São rosas as luvas que eu trazia.
Ao longe,
O latido de um cão.
Todo o resto é silêncio.
Uma viatura a combustão
Dá o seu contributo
Com ruido
Para degenerar a natureza.
O cão cala-se.
Ouço agora o silêncio
E percebo que o dia
Se levanta manso
Terno, suave e sorridente.
Lavo a cara,
Esfrego os olhos,
Faço alongamentos musculares
E caminho
Com os pés na água fria
Que corre solta
Pelos cascalho e areias
Do meu pensamento
Em direcção a ti.
É domingo.
Dobrada com feijão branco.
Quer dizer, isso não é comida de verão.
Nem de gente.
Mas eu gosto e faço aquilo que quero
Com cominhos e refogado
Uma farinheira e um chouriço de carne
Salpicão,
(numa tijela à parte)
Vinho tinto ou cerveja a acompanhar
Dizem que é estômago
Que é preciso ter. Concordo!
Se quiserem chamem-lhe tripa.
(falta o livro e a carapuça, a mão da vaca
E a orelha do porco partida em cubos,
O presunto, por favor, não se esqueçam
De um naco de presunto salteado
E a galinha aos bocados)
Eu quero que vocês se danem
Com a vossa "comida saudável"
E suplementos e outras idioteiras
Venha de lá esse corpaço
Num abraço
Que com este almoço eu já dormia
Um queijo de entorna foi o culpado.
Dobrada estendida a corar
Como a roupa branca ao sol
Lavada com limão e a água corrente da fonte
Que me refresca e salpica
Bebedeira de prato cheio e copo a transbordar
Que deselegante o estômago
Vai ficar.
Estou-me a marimbar
Não sou marinheiro
Sem amores a confessar.
O que é que eu tenho a ver com isso?
Com aquilo, com o outro?
Amanhã, se deus quiser, feijão
Feijão , feijão, hei-de voltar a comer
Que hoje choveu
E o tempo não está para desgraças.
Vamos ao Minho, caraças!
Paramos no Porto para almoçar.
Este não-poema descobre, com surpresa, que Álvaro de Campos (também conhecido por Pessoa, Fernando Pessoa) escreveu sobre esta matéria. É pensava eu ser original.
A estrada está barulhenta.
As obras nunca acabam...
Sirenes, buzinadelas, apitos.
Tudo corre e pára e anda e ultrapassa
E passa, e fica para trás,
As árvores e os paredões, as gelosias
E as janelas, o aqueduto, a ponte
O ribeiro, a publicidade.
Outra vez a publicidade.
Choque, arranhadela, acidente...
A estrada é movimento
Incêndio, capotamento, polícia
Bombeiros, feridos graves.
A estrada é grito e atravessamento.
A estrada é pavimento
Câmaras, semáforos e riscos no chão
São corpo deitado, clínica de vigilancia
E cuidado.
A estrada vai e a estrada vem.
Nascem espontâneas e daninhas na sua beira,
Outras já lá estavam ainda a estrada não existia.
Incluindo as mimosas que tapam a vista
E a sinalética.
Ah! A sinalética, que ideia excelente antes do gps
E aquele cafezinho com lugar para parquear.
(em algumas zonas do país, desenvolveu-se
Uma língua diferente do português e do mirandês
E o turistés)
Estaciono. Deixo o carro. Sigo pelo trilho.
Silêncio!
Podemos agora conversar?
*declaracao de interesse: isto não é um poema.
Sonhei com táxis.
Disparate. Ninguém sonha com taxis
Isso é confusão ao recordar.
Talvez com a motorista...
Sim era uma mulher quem guiava
E eu chamava por ela,
Debruçava-me entre os bancos e conversava
Minha mãe, minha namorada.
Foram instantes de vertigem, de andares
De conversa entre nós e prazeres de embalar
Alguns de sedução e de desejo,
Senhora do meu corpo, por inteiro...
Depois, numa curva do destino
Fiquei do lado de fora
E o táxi, lá foi à sua vida, não me levando
Deixando-me estranho e abandonado.
Vi-o afastar-se, perder-se na cidade
Acenei um chamamento mas foi um adeus
Chovia e regressei, onde? Desconheço!
Ninguém me diz onde estou e o que faço aqui.
Passam outros taxis
Nos vidros molhados, lambidos pelas escovas
Não distingo quem vai ao volante
Até posso ser eu, distribuidor de alugueres
Alternador de clientes, consumidor de feitiços
Mas receio que o táxi tenha vida própria
E eu sou passageiro ocasional.
Mudo de táxi. Estaciono. Deixo-me ficar.
Há uma praça no meu rossio
E um táxi para me levar para o destino final.
Encontramo-nos todos lá.
Hoje, amanhã, qualquer dia, sempre à mesma hora.
Uma praça sem sardinhas
Onde os táxis fazem fila recebendo clientes
Que depositam em outros lugares.
Alguns nunca regressam.
Lamento. Tenho mais que fazer
Que escrever poesia.
Ou contos, ou literatura,
Ou outra coisa do género
Como canções e teses de doutoramento
Lamento,
Estou ocupado a não fazer nada
Aguardo a chuva e o inverno
A geada e os dias frios
Na minha almofada emborralhada
Por estas vagas de calor
Que me matam a paciência.
Não vou de férias, porque não vou,
Não quero, não me convencem a mergulhar,
Fico aqui. Vigilante.
Alguém tem de combater o insurgente
Monotorizar (agora diz-se assim)
O degelo das calotas e o aparecimento
De fósseis e vírus com milhões de anos
Soterrados e agora descobertos.
(antes dos dinossauros, muito antes)
Libertos, seria mais correto dizer...
Temos de estar atentos.
Morrer, sim, mas devagar. Lamento.
Manifesto a minha indisponibilidade
Para morrer algum dia.
Fico aqui. Não vou!
(Mais um não-poema. Numa corrente de escrita que vou inventando o sorrindo)
Lamento. Tenho mais que fazer
Que escrever poesia.
Ou contos, ou literatura,
Ou outra coisa do genero
Como canções e teses de doutoramento
Lamento,
Estou ocupado a não fazer nada
Aguardo a chuva e o inverno
A geada e os dias frios
Na minha almofada emborralhada
Por estas vagas de calor
Que me matam a paciência.
Não vou de férias, porque não vou
Fico aqui. Vigilante.
Alguém tem de combater o insurgente
Monotorizar (agora diz-se assim)
O degelo das calotas e o aparecimento
De fósseis e vírus com milhões de anos
Soterrados e agora descobertos.
(antes dos dinossauros, muito antes)
Temos de estar atentos.
Morrer, sim, mas devagar. Lamento.
Manifesto a minha indisponibilidade
Para morrer algum dia.
(Mais um não-poema. Numa corrente de escrita que vou inventando o sorrindo)
As casas continuam casas,
Os passeios, empedrados de pedra,
As ruas, asfaltadas, lisas e negras,
Um buraco aqui, outro ali, uma cova, um salto
E nas arestas da cidade a vida mantém-se
Pacifica (salvo um crime ou outro, uma zaragata
Um olhar provocador, uma dívida que arranha)
Como pacífico é o oceano que tem ondas,
Tempestades e violentos tornados,
Porque tudo faz parte da natureza
Incluindo cães e gatos e outros bichos
Que não são para aqui chamados.
Portanto. E resumindo:
Tudo continua igual, porque tudo ficou diferente
É a vida, é o momento que diz presente!
Bom dia para todos, mesmo os que têm pés-quebrados
(rimas que não rimam e rimas que desarimam)
Soube hoje quando fui ao médico.
E lí no jornal que existem óbitos negativos.
Admirável, não é?
*mais um não -poema. Procurem nos esgotos a razão para a maldade humana. Ela também defeca.
Caem rebuçados do céu
Com envelopes por vestido e guarda-chuva
Coloridos
Adoçando a paisagem
Riscada por vértices e pinceladas curvas
De sorrisos garridos.
Sao chuva de enfeite em serpentina
Mel de todas as cores em fio e cortina.
E eu, guloso, beijo o desejo
Na boca que me beija
E fico feliz.
São rebuçados do céu, que caem na minha boca
Flores que o mel espalha e crepita
Na boca que me beija e grita:
Amor!
E agora?
Sim, e agora?
Que dizer, que fazer
O que pensar.
E agora Gisela, e agora João?
Agora é já,
Neste momento
Agora
Com emoção
Vivo no agora
E sem a ilusão do impossivel
O agora dá-me razão
Motivo
Compreensão.
Agora é sempre
É ser é poder
Amor e amar com alma
E com paixão.
Os olhos sentem
E vivem
O ar que respiramos
E nos abraça:
NA tarde tranquila
NA noite profunda
NA madrugada
Somos nós.
Somos sempre nós.
O que vestimos,
E o que despimos
E o que somos.
E agora?
Nada... deixa o agora ser,
E sendo agora, somos
O ontem e o depois
Agora é união
É hora,
É o sempre! O segundo
Que não se extingue
O agora que não morre
É já... É agora!
Está a ser. É sempre.
Vamos lá... É agora!
Encontrei uma maçã roxa, na minha árvore preferida
Que nem sequer é uma macieira...
Estranho! Pensei... Uma maçã roxa?
E porque não? Se calhar é romã ou maracujá,
Redonda, assim, oblonga a fazer gomo
Por baixo de uma casca oval em serpentina,
Laranja, tangerina, limão e lima ocarina
Mas, numa macieira? Numa espreguiçadeira?
Num campo florido de amarelos e vermelhos
Que são alimento para o gado...
O mundo está do avesso, é sabido.
Sempre esteve, mas piorou, por causa do clima
E tal, e coisa, pois, e também, todos os dias
A alterarem o clima dá ruptura na canalização
E depois os frutos nascem roxos e crescem
Mais roxos ainda e amadurecem roxos
E o vinho tem um sabor frisante arroxeado
E já não posso estar de pé e vou-me sentar.
Ah! Que bem que eu me sinto no luar
Sonhando com coisas tuas e tempos passados
E depois volto a descobrir que sou carmim
E fazemos par no andarilho e deixo-me ficar
Até que o meu rosto se torna roxo e morro.
Não é nada do outro mundo. É das leis da natureza
Gostar de ti.
A mesa e a cadeira estão coxas.
Coloquei-lhes um livro por baixo da perna mais curta.
A "coisa" ficou estabilizada. Horizontalizada.
Como era um livro que vinha com um jornal
(Daqueles que só servem para amparar pernas de mesas e cadeiras coxas....nao sei do que trata, pois não li.)
Espero não amolgar as letras, nem as fotos ou os desenhos,
Nem alterar o rumo da "história" que, eventualmente, possua.
Um livro tem muitos usos, até para chegar mais alto,
Na ausência de um escadote.
E ficam tão bem nas videoconferências caseiras...
Também há livros para ler, com folhas e tudo.
Um mundo de concursos com livros (Lello, Netflix, etc)
Um mundo de possibilidades de nivelar mesas e cadeiras
Colocadas em chão irregular que abateu ou eruptou.
Um mundo de imaginação coalhada por espelhos
E delírios fustigantes de pedras que lapidam.
(execução de sentença, nos tempos primitivos, que hoje vivemos)
Maciesa de cunha. Aí Deus e o é! É assim, meu amigo!
*ISTO NÃO É POESIA.
A poesia bebe-se este texto atira-se.
Os meus links