Rodopiemos até ficarmos tontos
Com a cabeça a andar em roda
Até cairmos,
Até ficarmos cansados, tontos,
Cambaleantes
E não termos forças para continuar
Mas, continuemos... a rodopiar.
Rodopiemos como o pião
Como o fumo e a neve
Quando o vento lhes dá
Como o balão que desaparece no ar
Levados pela vontade de conquistar o céu
Este mundo e o outro
Rodopiemos como sabemos rodopiar
Numa dança de mágica tropia
Até que já não seja possível regressar.
Rodopiemos,
Nas pétalas do desejo
E continuemos a rodopiar
Hoje, sempre,
Até o mundo acabar.
Ignoro aquilo de que não gosto.
Não para me esconder ou fugir do desagradável
Mas porque não posso perder-me dentro de mim
Em absurdos e conflitos sem justificação.
Sou apenas a água que corre e a transparencia
Da claridade que ilumina.
Sou o batismo, o sal e o fogo sagrado do vitral
No milhão de cores da sua aparência.
Frágil como o cristal que gostaria de ser diamante
Pequeno, insignificante e volátil na perenidade do humano
Ignoro, ignorando-me no elogio e na apologia do fumo
Que ao elevar-se desaparece.
Quem se importa com aquilo de que não gosto?
Os meus links