O mergulhão não é um pássaro é um pato.
Mas o meu pato é um pássaro e voa como um açor
Uma águia, um tartaranhão e um condor.
A água abre-se para o receber, de bico espetado,
Com as patas em garra, de asas abertas, o pássaro
Sabe instintivamente que os corpos se penetram
Que a mistura do impulso, o desejo, a atração
E a fusão dos elementos geram novos universos
Fecundando o peixe, a nuvem a luz e o espaço
Entre as estrelas e as energias dos buracos negros
Da germinação das plantas ao alvorecer da madrugada.
De mergulhos percebo pouco. Sei que se fazem a salto
Da montanha para baixo. Do lençol do lago para o fundo
Da corrente sanguínea para o intestino da cabeça para os pés
E percorrendo o abstrato, mergulha-se no fractal da imaginação
Para no imaginário da ascenção ser envolto no casulo...
Da gravidez.
Como vês, mergulho de olhos abertos, sou caravela
Indo ao fundo onde me arranho, nos afagos que saro
Também em carícias quando me amas, e nesse insistir
De bailado de borboleta e de sedução
Voar livre e contente com o que me dás em presente.
Amor, amor em réstia de olhares me embalo e sou.
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