O dia tapa-se de negro
E a chuva faz cortina
Espessa como nevoeiro
Tudo Ocultando.
Um frio de inverno
Anda à solta de parceria
Com chapéus, luvas, gorros
E outros agasalhos.
Há humidade nos ossos!
E as luzes tornam-se manchas
E sinais de alerta, vida ou perigo
Mas ruas molhadas
Em prédios cujas janelas se fecham
E no fugir acelerado dos carros
Dos transportes, barcos e comboios
Em pendulares idas e vindas
Até que todos os passageiros
Se esgotem.
Mas estes, os passageiros,
Continuam sempre.
Noite fora, até serem renovados
Com novos utentes
Pessoal das limpezas,
Novos emergentes que chegam.
Outros que regressam da folia
Mas, a noite, a luz, o escuro
A chuva e a humidade e a mesma.
Não há vento.
Valha-nos isso!
Apenas um restolho de claridade
Assoma de um dos lados da cidade
E o negro fica cinza, quase branco,
Depois torna-se cal e amanhece.
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