Aqui não há barcos
A água escorre naturalmente
Das montanhas
E depois, desaparece em caudais
Ou em serpentina pelo chão.
Nas margens repousam fios de verdes
Castanho de folhas e musgo. Acácias,
Carqueja, carvalhos, camélias
E diospiros como luzes de natal.
Toda a montanha se esvai
E sossega por entre penedos e rochas
Que se erguem do chão
E se espalham por povoados
De gente, de bichos e de silêncio.
Há um sol luminoso fazendo espelho
Das águas, dos rios, das quedas
Na força bruta constante de fazer caminho.
Há um sol que acaricia toda a vida
E torna o frio, o gelo e a névoa
Parceiros dos que chegam, cumplices
Dos que estão.
O Inverno hiberna, é nos com ele
Sentamo-nos à fogueira para ouvir uma história.
Sabendo que hoje já nada é assim,
Mas insistimos, pode ser que pelo sonho
Nos tornemos mais jovens! Pode ser!
Embrulhados no frio. Revivemos!
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