Um halo cinzento de luz
Espreita pela janela
Levantando timidamente a trave
Da minha gelosia
É o dia que chega, sem aviso
Timido, titubeante, inseguro
Ainda adormecido
Bêbado de uma noite
Feita de pássaros
Envolto por folhagem e escamas
Dos mais belos sonhos...
Enquanto...
uma chuva miuda se abate
Sobre a cidade em caudal de surpresa
Em rio, em desfolhada
E tudo germina em erecção
Arrastando do chão aos céus a vida.
O verão está estranho.
São "as climáticas" as rosas do vento
As apostas, as vácinas, a menina sofia
Criatura em flor como um beija madrugadas
A despertar-me para alvorada.
Rasgo o infinito que filtra
O meu estar alerta no mundo dos vivos
E um vento suave, frio e cortante
Alisa-me o rosto e despenteia-me
A figura de tropeção
Levando a minha alma, os meus braços
E a saudade, até ti.
Sou agora a luz, forte e segura.
O dia tem belezas de amantes.
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