António Barreto realizou para a RTP sete documentários de 50 minutos cada, com o titulo: Retrato Social de Portugal.
Pela entrevista que hoje é publicada na Visão, permito-me já discordar de algumas conclusões de António Barreto.
AB- Ao contrário de algumas teses sociológicas mais recentes, que falam de dois paises, umj litoral outro interior há uma integração como nunca existiu. As auto-estradas e o capitalismo europeu uniram o País.
Como? Desculpe?!
- A cobertura de telemóveis é inexistente fora dos centros urbanos.
- A net é impraticável, fora dos centros urbanos.
- Não existe uma livraria ou uma loja de discos, nem uma casa de espectáculos fora das capitais de distrito.
- As pessoas recusam-se a trabalhar apenas a uma hora - por auto-estrada - de Lisboa ou do Porto, porque será?
Pergunta. O António Barreto considera uma inevitabilidade o abandono do interior?
Resposta: Acha que é um drama. Realmente acho. Mas é um drama inevitável.... não consigo imaginar quais as politicas para o evitar.
Porquê, senhor António Barreto? Vive-se melhor nas cidades? Ganha-se mais? Claro que ele deixa bem claro que não pretende apontar soluções ou criar remédios, mas tão só analisar. Mas ser inevitável?
-Tem-se hoja a ideia de que viver fora das grandes cidades é ser provinviano e atrasado. A questão é muito psicológica. Existe como que uma atração pelo litoral, mesmo que isso signifique ter piores condições de vida. Mesmo ganhar menos dinheiro, mas é fino, chique e importante estar na cidade grande, dá dimensão? E oportunidades?
- Curioso é que António Barreto reconhece que quem hoje se refugia no interior são as classes média e média-alta. Onde, mais uma vez, tem razão.
Esperemos pela emissão dos documentários para vermos da justeza e da observação de António Barreto que comparando imagens, conclui pelo enorme avanço que Portugal sofreu nos últimos dez/vinte anos - que não contestamos.
Os meus links