Acho a mentira porreirinha, fofinha.
Afinal a um autor, um escritor...
Não se pede a verdade, mas que seja criativo
Inventor, que minta com sinceridade.
A mentira é menina, coisa pequenina,
Do tamanho de todas as coisas do universo
Que depois crescem.
Sem mentiras não há verdades. Falta tudo
Comparação, equidade, arresto da discussão
Até mesmo a confusão de saber onde está
A diferença, que torna verdade a mentira
E a mentira verdade.
A mentira é uma capa que nos imune
Que nos proteje da realidade
Mentirosos os que mentem, cativos
Da sua doença, compulsivos enfermos
Que se perdem no areal do delirio
Porque deles será todo o reino
E toda a nudez.
A mentira é um afrodisíaco, tem perna curta
E tendo a mutação do camaleão, quem mente
Tem razão. É uma solução! Uma erecção!
Depois desta reflexão, continuo a achar a mentira
Porreirinha, fofinha. Uma debilidade, uma vocação.
E mentindo engano e me escondo e deixo de ser eu
E não descubro, quem sou. Ou quem fui.
Tudo à volta de nós é falsidade. Mentira, ou verdade?
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