Não trazem nada de novo
Barulhos, voos, sujidade das fezes
E volteios de imbecilidade
Não vejo o que isto tenha de interessante,
De bonito ou de maravilhoso.
Saracoteiam no ar indo e vindo,
Planando, sem destino, anunciando água
Que basta erguer os olhos para descobrir
O mar que lá está. Pousam e levantam
Discutindo sem competição a comida
O espaço, a reprodução
Anunciando que existem, chamando
Ou afugentando como se estivessem sempre sós.
Mal a luz informa que é dia.
Depois escondem-se, até que o sol se acoite
Só voltando a aparvalhar no final da tarde
As mais rebeldes grasnando todo o dia
Como se nunca se cansassem.
Insistindo sempre em anunciar a chegada
Do comboio e das redes de peixe fresco
Que aqui nada se aborrece.
Gaivotas, outra vez.
Os meus links