Finalmente o calor
As águas salgadas
O bacalhau... Ups!
Desfiado
(em punheta, como antigamente)
As saladas frescas
A maionese e o marisco.
Finalmente,
A bebida com a cor das rosas
Um tinto
Com as sardinhas
Chapéu em cima dos olhos
Corpo transpirado
Aquela sensação boa
De embalo e de fuga...
Finalmente o calor.
Calções, camisa aberta,
Sandálias e persianas corridas
Para uma sombra fresca
Debaixo de uma árvore
Enquanto tudo em volta torra
E se derrete e evapora.
Finalmente vejo as formigas
No seu desassossego
E peço uma fresquinha com salada
De pimentos, pepino, tomate,
-outra, por favor!
Morro de sede e de saudade
De uns caracóis assados
Das tuas pernas nuas
Do espelho dos teus óculos
E também do sol no nosso corpo
E também de todos os verões
Que não vivemos
E daqueles que ficarão por chegar
Depois que a nossa vida
Adormeça
no aconchego de uma tarde de Verão
ou de uma outra tarde qualquer
Como é inevitável
(não precisamos de ser adivinhos
apenas secos ao sol.)
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