Mar de ondas em canhão
Vento de arriba e nortada
Frio, gelo,muito frio.
(embrulho as mãos nos bolsos do sobretudo)
Não sei se é chuva ou salpicos das ondas
(não sinto os pés, as pernas ou o nariz)
Olho a distancia e um nevoeiro maligno
Venda-me a vista e não descortino nada.
Sou pedra e musgo, estátua, padrão e sal
O mar é meu companheiro e namorado
Sim, o mar é solteiro.
Quem me fustiga, testa a minha força
E eu resisto.
(Depois de uma noite mais violenta,
Um céu claro abre-se e a luz purifica-me
Dormimos um dia profundo, serenos
Nem o barulho das gaivotas nos incomodam
Somos passageiros da viagem que a terra
Rodando nos oferece)
Do alto da minha coluna de faroleiro
Saúdo a chama do tempo
Que vigia
Que orienta
Que conduz
Que nos alimenta
Seduzindo a trovoada da vida
Apaziguando o medo e o queixume.
Sou nazaré!
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