Todas as coisas, vistas de perfil
São rebuçados que se dissolvem na boca
E tão irreais, como uma maçã ou as uvas
Que agora se esforçam por ser vinho
Quando delas temos, apenas, o desenho em cartolina.
O perfil, é um planeta observado de lado
À distância do olhar e das tenazes do pensamento
É caranguejo visto do alto pelo drone
Também ele crustáceo de aço, algoritmo e lente
Que, captado pelas câmaras de vigilância,
Não sabemos quem é! Apenas perfil de mamute
Desconhecido.
Também se usa no alumínio e no curriculum
Na psicologia e na mira do atirador, sniper.
De perfil ficas melhor na fotografia.
Quer-se dizer: vira para lá essa carantonha,
Já estou enjoado só de te ver. O amor (ah, o amor)
Não tem fronteiras, nem pede licença
E apenas um crash que se atira e esborrata
Nas curvas da vida.
Sem consolação, sem consolo, sem dolo.
100 que se de por isso.
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