Eramos apenas jovens à procura do sonho
Fazíamos o mundo parecer pequeno face à nossa ambição
Crescemos com a ilusão da eternidade e de que eramos
Pobres, incapazes, únicos e peregrinos da ilusão
Fomos andando e fazendo, escrita, desenhos, histórias
Rodopios. Nunca mais nos encontramos.
Foste traçando heróis, bandidos, miúdas, paisagens
Sombras, luzes, arrepios, fatalismos, risos e sarcasmos
Soube que desapareceste num dia de sol. Um dia frio
Um dia como outro qualquer em que ficamos sem ti.
Amanhã, vai chover, dizem. Gostarias que sorríssemos
E nos abraçássemos no meio dos teus heróis de desenhos
E das tuas loucuras de folhas transformadas em almanaques
De bichos, de feras, de seres perfeitos e muito futuro
(alguns despedaçados pela tua vontade e raiva
Feios, maus, selvagens, cáusticos, dormentes, zeladores)
Laudas que iremos revisitar num tempo sem fim
Sempre que a água seja menina nos olhos de rapariga solteira
Cá ficamos a despedirmo-nos desejando-te saudades
Eu, o Eduardo, a Xana, o Vasco, a Rita, o Pedro….o Herminio
(lembras-te do Herminio? O Viriato…)
- Um comboio passa e tudo se encobre num apito, num rugido
Não voltaremos a viajar. Olho para as caras dos circundantes
Somos todos destino.
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