Alguma coisa que surge do nada
Um pressentimento
Nem sequer uma ideia ou um pensamento
Transformado em impressão "esquisita".
Apenas uma intuição leve, incomum
Disfarçada de pontada de que algo se passa
De que aconteceu
E acabámos de ser informados
Quando ninguem ainda o foi
E o corpo ainda está quente e a morte
Tem segundos de vida numa vida
Que acaba de ser dada por terminada.
Alguma coisa surge do nada e nos diz:
Aconteceu!
Foi desastre, acidente, doença,
Suicídio ou outra terminal forma de acabar
Foi o que foi, sabe-se lá.
Foi uma ligeira premonição de algo
Que nem sabemos explicar
E depois constatamos ser verdade
Com perplexidade.
Estamos todos ligados por anzois
E pequenos nadas.
Tão próximos e afastados que nos tornamos
Selvagens, idiotas e sozinhos.
Somos o resto, a excrescência, o que fica.
E neste ir... os abandonados.
(aguardando que chamem pelo nosso número
Que nos digam que chegou a nossa vez)
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