Uma libelinha, um louva-a-Deus,
Uma figura fininha transformada (por mimétrica magia)
em camaleão, em águia, em leão...
Com dois paus, uma antena e um corpo de cobra
Que se esgueira por entre as pedras do rio
Assim te vejo.
Frágil, sempre desperta em vigilância, vivaz
Refletindo as cores que o universo empresta
Para cegar os inimigos
Esgueiras-te por entre os canaviais e escondes-te
Do tumulto que enlouquece os sonhos da vida.
Assim te encontro.
Desamparada numa haste de sequeiro que sobrou
Ferida!
Todos nós vencemos sozinhos... (os que vencem,
Muitos são destruídos, esmagados e devolvidos ao chão)
Há sempre morcegos, corvos, grifos e predadores que espreitam
Monstros que erguem do passado, túmulos violados,
Quando muito, podemos pensar que não estamos sós.
Mas, estamos! O universo somos nós! Apenas um!
Os alternativos, na demência da reprodução, extinguiram-se.
Nunca mais se ouviu falar de outro assim.
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